domingo, 3 de novembro de 2013

Reconhecer a total e completa dependência de Deus


LIÇÃO 307

Minha vontade não pode ser desejos conflitantes*.

1. Pai, Tua Vontade é minha, e só ela. Não existe nenhuma outra vontade para mim. Não permitas que eu tente fazer outra vontade, pois isso não tem sentido e será motivo de dor para mim. Só Tua Vontade pode me trazer a felicidade, pois só a Tua existe. Se eu quiser ter só o que Tu podes dar, tenho de aceitar Tua Vontade para mim e escolher a paz na qual o conflito é impossível. Teu Filho é um Contigo em ser e vontade  e nada contradiz a verdade sagrada segundo a qual eu continuo a ser tal qual Tu me criaste.

2. E com esta prece entramos silenciosamente em um estado no qual o conflito não pode chegar, porque unimos nossa vontade santa à de Deus em reconhecimento de que elas são a mesma.

*

COMENTÁRIO:

Explorando a LIÇÃO 307

Vamos pensar um pouquinho mais a respeito do tema que busca dar unidade às práticas destas dez lições por que passamos desde o último sábado. O que é a Segunda Vinda? 

Em livro de Joel Goldsmith, que leio no momento, ele diz o seguinte: 

"Muitas pessoas acreditam que em breve haverá uma outra vinda do Cristo, mas estou convencido [de] que eu e você somos essa vinda, na proporção em que o Cristo é despertado em nós. Cada um de nós está agora chegando a esse estado de consciência em que podemos aceitar a declaração de Jesus de que o Consolador virá a nós, quando cessarmos de confiar nas pessoas [no sentido de ver além de suas formas] e nas formas e meios humanos. Quando você pode abrir sua consciência para o Cristo total infinito, então Cristo, o Cristo da segunda vinda, virá para você e para mim [e para o mundo inteiro]." 

Isto é, como o Curso diz: a Segunda Vinda é tão somente a volta do sentido. Ou como se entender que o Céu não é um lugar, mas um estado de espírito. Quando nos ligamos à Consciência de onde viemos, e vivemos a partir dela, então estamos vivendo a Segunda Vinda.

Goldsmith, se vocês estiverem lembrados, diz ainda que não devemos esperar uma segunda vinda no sentido literal, isto é, não devemos esperar que uma pessoa venha, revestida de um corpo, a se proclamar o Cristo que voltou, uma vez que cada um de nós já é a encarnação do Cristo, se aprendermos a olhar para nós mesmos e para todos, com a visão do espírito em nós. É importante também ter bem claro que, ainda de acordo com ele, nenhuma pessoa  que não tenha empregado seu tempo em aprender a conhecer o Cristo vai vivenciar a segunda vinda.

E, voltando em parte a comentários anteriores para esta lição, é também disso que nos fala a ideia para as práticas de hoje, ao nos mostrar que nossa vontade só pode ser a Vontade de Deus, uma vez que só a Vontade d'Ele existe. Ou, se preferirem, só Ele existe, conforme podemos ler no texto da introdução ao capítulo 10 do livro:

Nada além de ti mesmo pode te tornar medroso ou amoroso, por que não existe nada além de ti. (...) Deus não criou nada além de ti e nada além de ti existe, pois tu és parte d'Ele. O que exceto Ele pode existir? Nada além d'Ele ocorrer, porque nada exceto Ele é real...

O que buscamos todos, e que nos pertence por direito, como Filhos de Deus, o Cristo, que somos, está sempre ao nosso alcance. O que acontece é que não o vemos a maior parte do tempo, porque cedemos nossa atenção e poder ao falso eu, que se acredita separado de Deus, que acredita poder existir uma vontade e um poder separados da Vontade de Deus.

O Curso nos orienta a praticar no sentido de re-aprender, ou re-lembrar, de nossa ligação original a Deus, mostrando-nos que tudo o que vemos neste mundo é apenas ilusão, porque perecível, destinado a não durar. E é só a partir da orientação que recebemos todos os dias pelas lições - e por suas práticas - que pode vir a ser possível chegarmos a compreender que o mundo não contém nada que realmente queiramos.

Isto também pode nos levar a entender por que o Curso diz que não precisamos fazer nada. Coisa que outros muitos mestres já nos disseram ao longo dos tempos. E entender que não precisar fazer nada não significa sentar-se numa rede e ficar de "papo pro ar" esperando que tudo aquilo de que pensamos precisar caia do Céu. 

O "não fazer nada" a que o Curso se refere tem a ver apenas com a entrega, significa entender que não é possível fazermos nada sozinhos. Pois fazemos tudo em Deus, com Ele. Significa entender, aceitar, acolher e agradecer o tempo todo por isso. Afinal, só alcançaremos a liberdade completa, como diz o Curso, e desfrutaremos de tudo o que é nosso por direito quando reconhecermos nossa total e completa dependência de Deus.     

* NOTANo original conflicting. A palavra conflicting pode ser traduzida como conflitante, contraditório, absurdoincoerente ou ilógico. Todos são sinônimos que remetem a algo não unificado, algo incerto e duvidoso. Apesar de eu ter mudado a ordem da frase original, mantive o adjetivo conflitante, escolhido por Lillian como tradução para o adjetivo original, embora acredite que a ideia ficaria mais bem dita se ficasse assim: "Minha vontade não pode ter desejos contraditórios".

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