sábado, 24 de março de 2012

A verdadeira religião é uma disciplina prática


LIÇÃO 84

Estas são as ideias para a revisão de hoje:

1. (67) O amor me criou igual a si mesmo.

Eu existo na semelhança de meu Criador. Não posso sofrer, não posso experimentar perda e não posso morrer. Eu não sou um corpo. Quero reconhecer minha realidade hoje. Não vou adorar nenhum ídolo nem fortalecerei meu próprio auto-conceito para substituir meu Ser. Eu existo na semelhança de meu Criador. O amor me criou igual a si mesmo.

2. Talvez aches estas formas específicas úteis para a aplicação da ideia:

Que eu não veja uma ilusão de mim mesmo nisto.
Ao olhar para isto, que eu me lembre de meu Criador.
Meu Criador não criou isto da forma como o vejo.

3. (68) O amor não guarda mágoas.

Mágoas são completamente estranhas ao amor. Mágoas atacam o amor e mantêm sua luz escondida. Se eu guardo mágoas, estou atacando o amor e, por isto, atacando meu Ser. Meu Ser, deste modo, se torna estranho para mim. Estou decidido a não atacar meu Ser hoje, para poder me lembrar de Quem sou.

4. Estas formas específicas para a aplicação desta ideia seriam úteis:

Isto não é razão para negar meu Ser.
Eu não usarei isto para atacar o amor.
Que isto não me tente a atacar a mim mesmo.

*

COMENTÁRIO:

Para aproveitar parte do comentário que fiz à lição de hoje, no ano passado, acho que posso me valer da citação que do final do livro Em defesa de Deus, em que Karen Armstrong busca mostrar "o que a religião realmente significa". Diz ela que "a religião [verdadeira] não funciona automaticamente; [ela] requer muito esforço e não leva a nada se é fácil, falsa, idólatra ou autocomplacente". Diz ainda que "a religião é uma disciplina prática, e [que] seu insights não se devem à especulação abstrata, mas a exercícios espirituais e a uma vida de dedicação".

É isso que o UCEM  nos oferece e propõe com seu livro de exercícios. É por isso que ele afirma não ser "um curso de especulação filosófica" e nem estar preocupado com "uma terminologia precisa". E é também por isso que ele salienta a necessidade de que pratiquemos os exercícios de acordo com as orientações específicas. O "autor" do Curso sabe que é só na prática que podemos ser a mudança que gostaríamos de ver no mundo. 

De nada adianta alguém se empenhar em "entender" os conceitos abstratos de que o livro fala, se não for capaz de lidar com eles de forma prática, aplicando no dia-a-dia o ensinamento de não julgar, de ser compassivo e amoroso, para as situações e experiências que se apresentam a todo instante. E isto, de certo modo, é mais uma repetição do que já disse antes. 


Uma experiência recente com os grupos de estudos me pôs a pensar o quanto a maioria de nós se aproxima do Curso pronto para resistir ao ensinamento. Raros são os que vêm de peito aberto, de cabeça e mente abertas, para ouvir o que o Curso tem a dizer, a ensinar, a oferecer. Parece-me que, na verdade, não queremos aprender, porque não queremos fazer o esforço necessário, não queremos abrir mão da complacência. E os conceitos e preconceitos que trazemos prontos, servem de defesa para que busquemos adequar o Curso a nossas necessidades, sem pensar que talvez seja o contrário que pode nos levar ao autoconhecimento, à alegria e à paz completas. 


Insistimos em não ver, e não em ver de modo diferente. Esquecemo-nos de que a decisão tem de ser tomada a cada segundo, a cada minuto, a cada hora, todos os dias. Acomodamos nosso olhar ao julgamento e, muitas vezes, sem considerar que o que fazemos nos afasta cada vez mais da alegria e nos mergulha de maneira mais profunda na escuridão da crença em que estamos separados, uns dos outros e de Deus, optamos por reforçar o desamor em lugar de olhar amorosamente para tudo e para todos que se apresentam.

As práticas deste sábado, 24 de março, oferecem nova oportunidade para pensarmos acerca do que queremos. E vão ajudar a quem quiser a fazer a escolha de novo. A escolha de ver de modo diferente, acima de tudo.

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