sexta-feira, 23 de março de 2012

Quem não tem dificuldade para lidar com o óbvio?


LIÇÃO 83

Vamos revisar estas ideias hoje:

1. (65) Minha única função é a que Deus me deu.

Eu não tenho nenhuma função a não ser aquela que Deus me deu. Este reconhecimento me libera de todo conflito, porque ele significa que eu não posso ter metas contraditórias. Com um único objetivo, estou sempre certo do que fazer, do que dizer e do que pensar. Todas as dúvidas têm de desaparecer, quando eu reconheço que minha única função é a que Deus me deu.

2. Aplicações mais específicas desta ideia podem tomar estas formas:

Minha percepção disto não altera minha função.
Isto não me dá uma função diferente da que Deus me deu.
Que eu não use isto para justificar uma função que Deus não me deu.

3. (66) Minha felicidade e minha função são a mesma coisa.

Todas as coisas que vêm de Deus são a mesma. Elas vêm da Unidade e têm de ser recebidas como uma só. Cumprir minha função é minha felicidade porque ambas vêm da mesma Fonte. E eu tenho de aprender a reconhecer o que me faz feliz, se quiser achar a felicidade.

4. Algumas formas úteis para a aplicação específica desta ideia são:

Isto não pode separar minha felicidade de minha função.
A unidade de minha felicidade e de minha função permanece inteiramente inalterado por isto.
Nada, inclusive isto, pode justificar a ilusão da felicidade.

*

COMENTÁRIO: 

Minha única função é a que Deus me deu. Minha felicidade e minha função são a mesma coisa. Estas são as ideias que vamos revisar nesta sexta-feira, 23 de março. Talvez para reforçar em nós a ideia de que não há nenhuma separação entre o que somos e o que nos cabe fazer para cumprir nosso papel na salvação. Mais até: para aprendermos que só podemos ser felizes cumprindo a função que Deus nos dá. 


Aliás, isto é algo que me parece bastante óbvio. Mas, como o Curso ensina, uma das grandes dificuldades que temos é justamente a de lidar com o óbvio. Ele muitas vezes nos parece simples demais, fácil demais, para ser a verdade a nosso próprio respeito. Todos dizemos que somos filhos de Deus. Quem acredita? Quem age no mundo, quem vive como se fosse realmente?


Como eu disse antes, as ideias que vamos praticar não são nada mais do que a expressão da verdade que trazemos dentro de nós, mesmo sem reconhecê-la a maior parte do tempo, por mais que isso possa soar estranho. Ou não lhes parece óbvio que o único papel que nos cabe no mundo é aquele que nos foi dado por Deus - a primeira das ideias? 


E quem dentre nós já não teve, experimentou, um vislumbre da alegria que se apresenta a nossa experiência, quando nos sentimos plenos e completos por estarmos fazendo aquilo que representa o que somos e que se revela na extensão do amor que dedicamos ao que fazemos. Isto é, quando nos encontramos imersos em uma paz infinita e indizível, que advém do experimentar a profunda comunhão com tudo e todos, a que o Curso chama de instante santo.

Quanto à segunda, voltando ao comentário do ano passado, parece-me, a partir do que disse acima a respeito da primeira, nada mais fácil de reconhecer a verdade que a ideia nos oferece. Pois só podemos ser felizes, quando cumprimos nossa função no mundo, seja ela qual for. E é também bem claro que todos nós já passamos por experiências que nos afastaram da alegria, da felicidade e da paz. Experiências que nos levaram a exercer um papel que não nos cabia. Fazer alguma coisa que não fazia sentido para nós. Ou vocês não sabem do que falo?

De novo: as práticas desta sexta-feira devem servir para iluminar nossos passos nesta caminhada que fazemos em conjunto. Vamos?

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