sexta-feira, 30 de março de 2012

Para corrigir uma percepção ainda equivocada


LIÇÃO 90

Para esta revisão usaremos estas ideias:

1. (79) Que eu reconheça o problema para que ele possa ser resolvido.

Que eu perceba claramente hoje que o problema é sempre alguma forma de mágoa que quero alimentar. Que eu compreenda também que a solução é sempre um milagre pelo qual permito que a mágoa seja substituída. Hoje, quero me lembrar da simplicidade da salvação, reforçando a lição segundo a qual só existe um problema e uma única solução. O problema é uma mágoa; e a solução é um milagre. E eu convido a solução a vir a mim por intermédio de meu perdão à mágoa e por minha acolhida ao milagre que toma o lugar dela.

2. Aplicações específicas desta ideia poderiam ser feitas destas formas:

Isto me apresenta um problema que quero ver resolvido.
O milagre por detrás desta mágoa a resolverá para mim.
A resposta para este problema é o milagre que ele esconde.

3. (80) Que eu reconheça que meus problemas estão resolvidos.

Parece-me que tenho problemas apenas porque estou fazendo mau uso do tempo. Acredito que o problema vem primeiro e que deve haver um lapso de tempo antes que ele possa ser resolvido. Eu não vejo o problema e a resposta como simultâneos em sua ocorrência. Isto porque eu ainda não percebo claramente que Deus coloca a resposta junto com o problema, de modo que eles não podem estar separados pelo tempo. O Espírito Santo me ensinará isto, se eu Lhe permitir. E compreenderei que é impossível que eu tenha um problema que já não esteja resolvido.

4. Estas formas da ideia serão úteis para aplicações específicas:

Eu não preciso esperar para que isto seja resolvido.
A resposta para este problema já me foi dada, se eu quiser aceitá-la.
O tempo não pode separar este problema de sua solução.

*

COMENTÁRIO:

Vamos encerrar nossa segunda revisão, nesta sexta-feira, dia 30 de março, com as ideias que dizem respeito à correção de uma percepção ainda equivocada, que nos leva a pensar muitas vezes que nosso(s) problema(s), seja(m) ele(s) qual(is) for(em) pode(m) ser resolvido(s) por alguma coisa fora de nós mesmos. É esta percepção que nos leva a fingir que sabemos tudo, que não há nada que precisemos aprender, quando, na verdade, a sabedoria começa quando reconhecemos que não sabemos nada.

Assim, repetindo o que já disse antes, enganamo-nos ao pensar que o(s) problema(s) que vemos aparentemente fora de nós não nos diz(em) respeito e que podemos dar de ombros a qualquer um deles quando não nos sentimos dispostos a dedicar parte de nosso tempo à reflexão acerca das causas e consequências de nossa crença em uma separação, que não existe de fato e que é o único problema que precisamos resolver.

Enganamo-nos também ao pensar que eventualmente o(s) problema(s) do(s) outro(s) não nos diz(em) respeito e que podemos creditar o(s) problema(s) a ele(s) mesmo(s) tão somente. Não podemos! Se nós o(s) vemos com algum problema, ele -o problema - passa automaticamente a ser nosso também. Lembram-se de que somos cem por cento responsáveis por tudo aquilo que nos chega à consciência, de acordo com o Dr. Hew Len?

É isto exatamente que o Curso nos diz, entre outros pontos, no capítulo oito, ao afirmar que:

"Quando encontrares alguém, lembra-te de que esse é um encontro santo. Tu verás a ti mesmo do mesmo modo que o vires. Tu tratarás a ti mesmo da mesma forma que tratares a ele. Pensarás de ti mesmo da mesma maneira que pensares dele. Nunca te esqueças disto, pois, nele, tu te encontrarás ou te perderás. Sempre que dois Filhos de Deus se encontram, dá-se a eles outra chance de salvação. Não abandones ninguém sem lhe dar a salvação e recebê-la para ti mesmo. Pois eu estou sempre aí contigo, em tua memória."

E mais:

"Sempre que estiveres com um irmão, estás aprendendo o que tu és porque estás ensinando o que tu és. Ele reagirá ou com dor, ou com alegria, dependendo do professor que estiveres seguindo. Ele será aprisionado ou libertado de acordo com tua decisão, e tu também. Nunca te esqueças de tua responsabilidade para com ele, porque ela é tua responsabilidade para contigo mesmo. Dá a ele o seu lugar no Reino e terás o teu."

Espero mais uma vez que esta revisão tenha sido proveitosa para todos, pois tudo o que uma revisão pode - e deve - fazer é dar a oportunidade de reforço do aprendizado, esclarecendo uma ou outra dúvida que possam ter surgido nas práticas anteriores. A partir de amanhã, reiniciaremos a caminhada, com fôlego novo, certos de que vamos chegar e de que as dificuldades que se apresentam, os problemas que surgem ao longo do caminho são apenas milagres ainda não revelados, se olharmos para tudo à luz da verdade.

Até amanhã.

Um comentário:

  1. Caros, caras,

    Estendendo um pouquinho a reflexão a que nos convida a prática com as duas ideias que revisamos hoje, eu diria que é preciso, em todos os momentos, que fiquemos de mentes e corações abertos. Alertas para toda e qualquer informação que nos chegue à mente, com este ou aquele problema, quando algum se apresenta.

    "A culpa foi dele." - dizemos. "Eu não tive nada a ver com isso." - dizem outros. E a maioria de nós se vale de expressões similares para tentar afastar de si a responsabilidade pela situação que há de se enfrentar.

    No entanto, a mágoa, o ressentimento, a dor e o medo dos desdobramentos da situação já se instalaram. Se lembrarmos bem, uma lição lá do início já dizia que a raiva toma muitas formas diferentes. Todas elas nos afastam de nós mesmos e do(s) outro(s). Quebram a harmonia. Interferem na sintonia com o divino em nós. Impedem que vejamos o divino no(s) outro(s).

    Quem pode garantir que o problema que se apresenta agora não é resultado de uma escolha/decisão de manter/alimentar uma mágoa muito, muito, mas muito antiga?

    Há, pois, que se mergulhar o mais fundo possível em nós mesmos, quando o problema, qualquer que ele seja, surge aparentemente "do nada". Os pensamentos que carregamos são, muitas vezes - a grande maioria delas, pode-se dizer -, o vilão [se é que existe algum]. Porque, sob uma aparente "boa" intenção, podem esconder uma mágoa enorme da qual "ainda" não queremos abrir mão. Pensamos equivocadamente que podemos adiar o perdão ao(s) outro(s), porque ainda não o(s) consideramos digno(s) de recebê-lo. Esquecemo-nos de que só podemos perdoar a nós mesmos e de que enquanto não o fizermos, a dor - e todas as emoções atreladas a ela - vai ficar conosco.

    Isso só comprova o quanto ainda está arraigada em nós a crença na separação. Na verdade, o "único problema", para o Curso.

    Isso prova mais, que ainda não tomamos a decisão pelo Céu e que ainda preferimos, mesmos ao custo da alegria e da paz, alimentar as chamas do inferno interior, acreditando que é o outro que vai queimar. É mais ou menos como, de acordo, com uma frase famosa atribuída a Shakespeare, tomar veneno e esperar que o outro morra.

    Um ótimo final de semana a todos.

    Paz e bem!

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